Presidente da Académica sem suspensão do processo
A investigação do Ministério Público (MP) no processo sobre construção indevida que envolve o presidente da Académica tem mais de 20 arguidos, mas poucos serão os acusados. A notícia foi avançada, ontem, pelo "Diário de Coimbra". José Eduardo Simões é suspeito de, na qualidade de director do Urbanismo da Câmara Municipal de Coimbra, cargo que desempenhou até Dezembro passado, ter autorizado a construção de mais um piso na "Urbanização Jardins do Mondego", do construtor Emídio Mendes, também ele arguido. Os andares desse último piso já foram demolidos. Segundo o matutino regional, a quase todos os arguidos, grande parte relacionados com negócios na área da construção civil, tem sido proposta a suspensão provisória do processo e, caso cumpram as condições acordadas com o MP, não serão objecto de acusação nem se sentarão no banco dos réus.
Alguns destes já terão anuído a essa condição, mediante um pagamento de cinco mil euros, a entregar a uma instituição particular de solidariedade social. Segundo o jornal, os que aceitarem poderão ter a dupla condição de arguido e testemunha, apesar de serem chamados para testemunhar sobre o caso, sob juramento.
Em relação ao presidente da Académica, o jornal acrescenta que não foi feita qualquer proposta deste género, pelo que deverá responder como arguido, depois de uma queixa anónima à PJ sobre alegadas relações "perigosas" entre José Eduardo Simões e o sector da construção civil. A PJ terá também encontrado outros casos de entrega de donativos à Académica de Coimbra, supostamente resultantes de contrapartidas relacionadas com a dupla função do presidente do clube. O caso mais mediático foi a apreensão de uma quantia elevada de dinheiro em envelopes encontrada no carro do presidente academista, que rondava para cima dos 200 mil euros, alegadamente para pagamento aos jogadores.
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