IGAT promete averiguar trabalho de José Eduardo Simões
Paulo Cadanta s- Diário de Coimbra
Face à exposição apresentada pelo ex-deputado municipal, João Silva, a Inspecção-Geral da Administração do Território (IGAT) promete analisar o desempenho do antigo director do Urbanismo, José Eduardo Simões, na próxima inspecção à autarquia.
João Silva mostra-se satisfeito pelo facto de a IGAT se debruçar, na próxima inspecção ordinária à Câmara Municipal de Coimbra, sobre o trabalho efectuado por José Eduardo Simões nos três anos (2002-2005) que esteve à frente do Departamento de Urbanismo. A promessa do inspector-geral da IGAT surge na sequência de uma exposição apresentada pelo ex-deputado municipal do PS, na qual este levanta dúvidas sobre o desempenho do ex-director municipal que, como é sabido, acumulava essas funções com as de presidente da Académica/OAF. O facto de José Eduardo Simões ser acusado pelo Ministério de Público de crimes de corrupção e tráfico de influências enquanto director municipal é, segundo João Silva, motivo suficiente para analisar todo o trabalho por este efectuado na autarquia.Em declarações ao Diário de Coimbra, o antigo vereador socialista lamenta o facto de o actual executivo municipal não ter feito essa averiguação, apontando, por isso, críticas a Carlos Encarnação. «Lamento que o presidente da Câmara não me tenha ouvido, mas estava longe de imaginar que se passassem coisas tão graves», disse, adiantando que só o facto de José Eduardo Simões ser, à época, presidente de um clube de futebol, constituía «uma situação inaceitável do ponto de vista ético, político e moral». Até porque, enfatizou, «eram conhecidas um pouco por todo o país as relações perigosas entre autarquias, sector imobiliário e clubes de futebol».João Silva diz ser importante esclarecer todas as dúvidas - «afinal de contas, apenas conhecemos as que são apontadas pelo Ministério Público», observou -, mas espera que «nada de mais grave» seja revelado pela inspecção da IGAT. Contactado pelo Diário de Coimbra, o presidente da Câmara, Carlos Encarnação, recusou fazer qualquer comentário sobre o assunto.
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