Preconceitos…
Catarina Martins e Serafim Duarte
Deputados do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Coimbra
Parece que quem manda no Estádio Cidade de Coimbra quer baptizá-lo de Estádio Finibanco. São tantas as fracções que o compõem e tão grande a sua irracionalidade formal, que nos parece difícil alguém conseguir hoje dizer o que é o Estádio Cidade de Coimbra. Porém, ainda assim, analisemos o negócio.
O Grupo Amorim é dono do Studio Residence (com processo judicial em curso, cuja acusação pública pode induzir a perda do mandato autárquico), do Dolce Vita, do Casino da Figueira e é accionista de referência do Finibanco (estes dois últimos presentes nas camisolas do OAF/AAC), com direito a nomear administrador: no caso, Tavares de Almeida, o jurista e “empreendedor turístico” do Vale Meão (cujo processo de construção estará imbuído de ilegalidades e prejudica milhares de automobilistas todos os dias). Na senda dos milhões de Euros que por este Grupo têm sido canalizados para o futebol, nada surpreende que reforcem a sua ligação a Coimbra, agora concretizada através do seu participado Finibanco directamente com a TBZ, empresa sub-concessionária do seu patrocinado OAF/AAC, que por sua vez detém uma concessão municipal, cujos contornos são investigados pelas autoridades judiciais portuguesas.
Tal como esta, são múltiplas as decisões politicas municipais que se encontram sob alçada judicial sem que até hoje a Assembleia Municipal, presidida pelo jurista Manuel Porto, agende qualquer iniciativa de análise dessas situações. No entanto, e sobre a presente questão toponímico-financeira, este afirmou: "Tudo o que seja um bom negócio para Coimbra, sou a favor. Votarei nesse sentido na AM. Temos que nos libertar desses preconceitos".
Façamos então um exercício libertador…
Que a fachada da CM já serviu para uns anúncios de conluio autárquico-governamental, todos os munícipes puderam constatar… mas que ela seja coberta com um qualquer anúncio é coisa que ainda não ocorreu ao Sr. Presidente da Assembleia Municipal… que tal “Foi Você que Pediu?... Porto Ferreira”. Ou que o Salão Nobre dos Paços do Concelho está a precisar de um refrescamento nas ideias que por lá se ventilam é uma evidência para qualquer munícipe atento, mas que as suas paredes ostentem anúncios como “E se alguém lhe oferecesse Flores?... Isso seria Impulse!” ou “Brise - uma força da natureza” … temos a certeza que não seria do agrado do Sr. Presidente, apesar de muito útil para Coimbra, nomeadamente para os depauperados cofres municipais.
E também que a roupa dos nosso eleitos não é muito adequada ao exercício de funções é um dado há muito adquirido pela gentes de Coimbra, mas pensarmos que eles poderiam vestir-se com uns macacões, tipo piloto motorizado, pejados de anúncios à Bascol (outra vez as malditas camisolas…) ou à Amorim Imobiliária, não caberia nas cabeças deles, apesar de não só ser muito útil aos ditos cofres, como, eventualmente, clarificador das relações talvez já existentes entre todos eles…
Ou será que foi por mero acaso que o designado Forum Coimbra permitiu mais valias astronómicas a este Grupo de Coimbra? Ou terá sido por acaso que em quase todos os processos urbanísticos polémicos tenha havido trabalhos por ele realizados? E será ainda por acaso que as polémicas demolições da Metro Mondego/CMC/SRU resultarão sempre em benefícios para a Bascol? E porque será que o instituto universitário que tem assessorado tecnicamente essas entidades é financiado pelas empresas Amorim Imobiliária e Bascol?
De facto, cheios de preconceitos parecem estar aqueles que têm contribuído e continuam a contribuir, nem que seja por omissão, para que esta oligarquia se transforme na única forma de dirigir os destinos da população de Coimbra.
Catarina Martins e Serafim Duarte
Deputados do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Coimbra
Parece que quem manda no Estádio Cidade de Coimbra quer baptizá-lo de Estádio Finibanco. São tantas as fracções que o compõem e tão grande a sua irracionalidade formal, que nos parece difícil alguém conseguir hoje dizer o que é o Estádio Cidade de Coimbra. Porém, ainda assim, analisemos o negócio.
O Grupo Amorim é dono do Studio Residence (com processo judicial em curso, cuja acusação pública pode induzir a perda do mandato autárquico), do Dolce Vita, do Casino da Figueira e é accionista de referência do Finibanco (estes dois últimos presentes nas camisolas do OAF/AAC), com direito a nomear administrador: no caso, Tavares de Almeida, o jurista e “empreendedor turístico” do Vale Meão (cujo processo de construção estará imbuído de ilegalidades e prejudica milhares de automobilistas todos os dias). Na senda dos milhões de Euros que por este Grupo têm sido canalizados para o futebol, nada surpreende que reforcem a sua ligação a Coimbra, agora concretizada através do seu participado Finibanco directamente com a TBZ, empresa sub-concessionária do seu patrocinado OAF/AAC, que por sua vez detém uma concessão municipal, cujos contornos são investigados pelas autoridades judiciais portuguesas.
Tal como esta, são múltiplas as decisões politicas municipais que se encontram sob alçada judicial sem que até hoje a Assembleia Municipal, presidida pelo jurista Manuel Porto, agende qualquer iniciativa de análise dessas situações. No entanto, e sobre a presente questão toponímico-financeira, este afirmou: "Tudo o que seja um bom negócio para Coimbra, sou a favor. Votarei nesse sentido na AM. Temos que nos libertar desses preconceitos".
Façamos então um exercício libertador…
Que a fachada da CM já serviu para uns anúncios de conluio autárquico-governamental, todos os munícipes puderam constatar… mas que ela seja coberta com um qualquer anúncio é coisa que ainda não ocorreu ao Sr. Presidente da Assembleia Municipal… que tal “Foi Você que Pediu?... Porto Ferreira”. Ou que o Salão Nobre dos Paços do Concelho está a precisar de um refrescamento nas ideias que por lá se ventilam é uma evidência para qualquer munícipe atento, mas que as suas paredes ostentem anúncios como “E se alguém lhe oferecesse Flores?... Isso seria Impulse!” ou “Brise - uma força da natureza” … temos a certeza que não seria do agrado do Sr. Presidente, apesar de muito útil para Coimbra, nomeadamente para os depauperados cofres municipais.
E também que a roupa dos nosso eleitos não é muito adequada ao exercício de funções é um dado há muito adquirido pela gentes de Coimbra, mas pensarmos que eles poderiam vestir-se com uns macacões, tipo piloto motorizado, pejados de anúncios à Bascol (outra vez as malditas camisolas…) ou à Amorim Imobiliária, não caberia nas cabeças deles, apesar de não só ser muito útil aos ditos cofres, como, eventualmente, clarificador das relações talvez já existentes entre todos eles…
Ou será que foi por mero acaso que o designado Forum Coimbra permitiu mais valias astronómicas a este Grupo de Coimbra? Ou terá sido por acaso que em quase todos os processos urbanísticos polémicos tenha havido trabalhos por ele realizados? E será ainda por acaso que as polémicas demolições da Metro Mondego/CMC/SRU resultarão sempre em benefícios para a Bascol? E porque será que o instituto universitário que tem assessorado tecnicamente essas entidades é financiado pelas empresas Amorim Imobiliária e Bascol?
De facto, cheios de preconceitos parecem estar aqueles que têm contribuído e continuam a contribuir, nem que seja por omissão, para que esta oligarquia se transforme na única forma de dirigir os destinos da população de Coimbra.
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