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31 de dez. de 2026

DEU MICO! É PRECISO TER AZAR

Sabia que...

- A nova aposta de investimento é a Romênia, onde é facil ficar fazendo... o que se faz no Brasil?

- Que o novo funcionario do grupo é um romeno, ex-massagista do time de futebol do Sporting.

- Que a Riviera patrocina agora um time de futebol na Romênia, a troco de 100.000 Euros por ano?

- Que as dívidas do grupo subiram astronômicamente devido a investimentos ruinosos no Brasil?

- Que o Emidio entrou num iate a passeio e o iate, que é um elefante branco até hoje?

- Que o hotel de Setúbal (BONFIM)está fechado faz 10 meses e a obra de reformulacão nem começou?
Que esse hotel foi comprado sem ter licenca de utilizacão?

Que o negócio do gas é (Nacionalgás) ruinoso, a Digal lhes empurrou clientes que nunca o serão?

Via Saramago, cortado e plantado pelo Jardineiro

Oh Rui Avelar, não quer dar uma ajuda?

Um comentário:

Anônimo disse...

Ex-arrecadador da campanha de Juan Garcia conta tudo

São Sebastião - O ex-candidato a vereador Estevão Flávio Ciappina esteve ontem na sede do jornal, acompanhado pelo advogado Paulo Delgado, onde gravou uma entrevista de cerca de 30 minutos e contou os métodos utilizados na arrecadação de recursos financeiros durante a campanha do então candidato a prefeito Juan Garcia.
Ciappina, que aparece nas fitas gravadas na empresa de ônibus Autoviass, pedindo dinheiro em nome de Garcia, divide a campanha eleitoral que elegeu o prefeito em duas épocas. “A primeira em que eu participava ativamente e a segunda em que fui excluído, quando entrou o senhor Andelmo (Zarzur Junior) como titular arrecadador e como coordenador de campanha, como ele se intitulava”, afirma.
Ciappina diz que, além da Autoviass, outras empresas foram visitadas em busca de verbas para a campanha. “Durante a minha participação várias empresas foram visitadas, não foi só a Autoviass, e tiveram o mesmo tipo de achaque. Foi feita uma lista de empresas que seriam visitadas e já com valor estipulado para cada empresa. A determinação era para que a gente corresse atrás dessas empresas e levantasse os recursos necessários para a campanha”, conta.
O arrecadador da campanha do prefeito Juan Garcia explica que as reuniões que decidiam as empresas e os valores eram realizadas em um imóvel alugado no centro da cidade. “Foi alugado um imóvel no centro da cidade, ao lado da Telesp. Na época, a gente alugou essa casa que era só para a cúpula se reunir, era até denominada de QG”, conta.
Entrevista concedida ao Imprensa Livre:

IL - Qual foi o seu papel na época da campanha eleitoral do candidato Juan Garcia?
EC - A campanha teve duas épocas. A primeira que eu participava ativamente e a segunda que fui excluído, quando entrou o senhor Andelmo (Zarzur Junior) como titular arrecadador e como coordenador de campanha, como ele se intitulava.

IL - Como era feita a arrecadação de dinheiro para a campanha?
EC - Durante a minha participação várias empresas foram visitadas, não foi só a Autoviass, e tiveram o mesmo tipo de achaque.

IL - Porque você foi escolhido para arrecadar recursos para a campanha?
EC - Desde 2002 já estávamos em campanha porque o dr. Juan se candidatou a deputado estadual, com a intenção de medir a quantidade de votos que teria em São Sebastião. Nessa época, a campanha era braçal, não tinha recursos. Então, ele contava só com os amigos e eu fazia parte dessa roda de amigos, que estava ali para ajudá-lo.

IL - Você é amigo dele (Juan Garcia) há muito tempo?
EC - Há algum tempo. Ele era meu cliente na marina, onde tinha um barquinho pequeno. A gente se conhecia há algum tempo.

IL - Então foi natural ele tê-lo convidado para assumir a arrecadação de recursos para a campanha.
EC - Lógico. Eu também conhecia algumas pessoas. O Artur Balut foi eu quem trouxe, o Ditinho, a aproximação com PFL, foi eu quem fiz. A gente começou mesmo na enxada, até a hora que entrou o dr. Andelmo e nós fomos excluídos. Aí se fechou um grupo de cinco pessoas: Juan (Garcia), Guilherme (Duarte de Carvalho), Alberto (Carlini), Thales (Carlini) e o Andelmo (Zarzur Júnior).

IL - Como era feita a escolha das empresas. Como vocês se programavam?
EC - Foi feita uma lista de empresas que seriam visitadas e já com valor estipulado para cada empresa, né?. A determinação era para que a gente corresse atrás dessas empresas e levantasse os recursos necessários para a campanha.

IL - Quem fazia essa lista e determinava os valores?
EC - Foi alugado um imóvel no centro da cidade, ao lado da Telesp, porque o escritório que o Juan atendia estava sem condições por causa do movimento de pessoas. Na época, a gente alugou essa casa que era só para a cúpula se reunir, era até denominada de QG. Ali (se reuniam) o Alberto, o Tales, o Artur, o Ditinho, eu, então, eram só essas pessoas. Tinha também um marqueteiro, Edson Cambraia, que depois foi dispensado, de São José dos Campos.

IL - Hoje você vê isso como achaque, mas na época você não pensava assim. O que mudou?
EC - Por falta de experiência política, eu nunca tinha feito uma campanha política, ido atrás de recursos para campanha política e o objetivo era bem intencionado. Hoje a minha revolta é porque tudo que foi dito, nada foi feito. Eu realmente acreditava no dr. Juan e achava que, de alguma maneira, tinha que levar a campanha adiante para poder elegê-lo, porque eu acreditava na pessoa do dr. Juan. Isso justificava a gente estar correndo atrás de empresários que ajudaram a gente a tocar a campanha naquele momento.

IL - Como vocês faziam para marcar as reuniões nas empresas? A pessoa já sabia que assunto iria ser tratado?
EC - Eu em poucas fui, os outros que iam mais, porque não concordava muito com a lista que foi feita, eu achava que não era por aí, a gente tinha que ser mais social, mais amistoso. Eu pensava: como você pode determinar um valor para uma pessoa se não sabe que situação ela está. Mas diziam: é isso, acabou, vai lá e pede isso. Eu fui na Autoviass e na Praticagem, e não fui em nenhuma mais. Outras pessoas que foram.

IL - No caso da Autoviass, foi feita pressão para que se realizasse o pagamento?
EC - Isso mesmo. Quem começou a negociação com a Autoviass foi o dr. Juan e o Artur. Isso já se vê nas fitas. Eles tinham um valor em mente e foram tentar negociar e não tiveram êxito. Saíram de lá muito bravos, nervosos. A partir desse momento, já começou o Juan ameaçar, dizer que ele não perde por esperar. Aí eu entrei na situação para segurar, mesmo ele pedindo para a gente continuar. A hora que eu entrei, não sei se você assistiu a fita, mas não tinha como dar ré numa situação crítica. Eu sabia que estava sendo gravado.

IL - Você sabia que estava sendo gravado?
EC - Sabia, sabia sim. O Juan também sabia. Não enquanto estava lá, mas depois que ele tinha estado lá. Aí começou a perseguição, não se falou mais com a Autoviass, apesar deles terem procurado mais vezes a gente para tentar fechar algum tipo de negócio, mas a gente sabendo da gravação não foi mais. É uma armadilha, é uma armadilha, ninguém foi mais, mesmo ele tentando, ligando, ligando.

IL - Às empresas que não quisessem contribuir sofriam algum tipo de ameaça, de pressão?
EC - O que era dito na verdade nas reuniões, que eu sabia, não eram ameaças frontais, mas uma coisa sutil: ou é parceiro ou não é parceiro. Isso subentende ou você está comigo ou não está, não é? Até o Juan usava um termo na época: vender coca-cola é fácil, então hoje todo mundo tem que me ajudar porque estou eleito. Ele tinha certeza absoluta que estava eleito, tanto que a gente já tinha feito algumas pesquisas, em 2002.

IL - Você disse que a campanha teve dois tempos. Quando aconteceu essa separação?
EC - Quando o Andelmo (Zarzur Junior) começou a aparecer já estava em campanha, logo no início. Eu já comecei a me sentir, eu e todo grupo, meio excluído. Já não era convidado para reunião, esse tipo de coisa. As coisas começaram a andar de uma maneira muito mais acelerada.

IL - Acelerada, como assim?
EC - Material para campanha, por exemplo, de repente começou a chover as coisas, comícios, ostentação, toda essa movimentação de dinheiro, que está declarado em um valor absurdo. Na hora que o dinheiro começou a entrar, a maior parte do grupo foi afastada. O grupo que eu digo é do braçal, que caminhava na rua, ia atrás de voto porta a porta. Na hora que começou a entrar o dinheiro, mudou o formato da campanha, ninguém mais participava de reunião, ninguém mais tinha acesso ao candidato, era segurança para todo lado, parecia terrorismo, era colete, e assim que foi conduzido. Então, parti para a minha campanha a vereador.

IL - O Andelmo (Zarzur Filho) se apresentou como para vocês?
EC - Eu não sei porque não participei disso, mas ele tinha uma lojinha de adesivos e, de repente, injetou um dinheiro na campanha e eu não sei de onde veio, quanto foi, eu sei que não era pouco porque o negócio deslanchou.

IL - Nesse momento, você não pensou em se afastar?
EC - Eu me afastei de fato da cúpula. Eu continuei minha campanha na rua porque já tinha me comprometido com muitas pessoas, tinha feito reuniões, não podia simplesmente abandonar minha campanha de vereador porque era a minha moral que estava em jogo. Eu tinha que ir até o fim.

IL - Quando surgiram as gravações feitas na Autoviass, como foi?
EC - Ele (Juan Garcia) me pediu para que não ficasse perto dele, para não sair na foto com ele. Isso me ofendeu profundamente, mas enfim se era por um objetivo, se era para um bom governo para a cidade e tal, esse sacrifício eu fiz. Eu me afastei realmente, não só eu como outros candidatos que foram citados nas fitas. A determinação era que não nos aproximássemos em locais públicos porque teriam fotógrafos esperando essa oportunidade para poder tirar proveito disso politicamente.

IL - Teve algum outro momento que você sentiu que estava sozinho?
EC - Depois do caso das fitas, que foi muito próximo do Andelmo, já estava estranho, não estava me sentindo bem no grupo, eu acho que já não existia um grupo do tamanho que era, ficou mais restrito, fechou uma cúpula e depois eles foram viajar para a Europa.

IL - Você está fazendo essas denúncias porque não conseguiu um emprego na Prefeitura?
EC - De maneira nenhuma, isso não procede. Estou em São Sebastião há 20 anos, nunca fui político, eu nunca tive cargo político, eu sempre tive empresa, trabalhei e sempre sustentei a minha família. Lógico que a campanha me abalou, sem dúvida, mas o meu interesse maior era no turismo, era uma das propostas melhores de campanha. Como empresário do ramo náutico, eu tinha muito interesse no turismo. Isso que me revoltou inicialmente.

IL - Você imaginou que o prefeito o convidaria para assumir algum cargo no turismo?
EC - Não, mesmo porque não havia nenhuma conversação nesse sentido. O meu interesse era São Sebastião. Se São Sebastião melhorasse em cima do turismo, eu melhoraria também. Não era uma proposta pessoal, era uma proposta para o município.

IL - Então o que te motivou a vir a público fazer essas denúncias?
EC - Eu já venho motivado há algum tempo, tenho escrito algumas cartinhas para o jornal. Mas o que me motivou foi a postura que ele (prefeito Juan Garcia) tomou na Câmara Municipal, na sessão da última terça-feira. Eu estava assistindo pela internet e vi quando os vereadores disseram que seria bom se ele estivesse para responder umas coisas e de repente ele apareceu, tomou assento e ficou com aquele olhar lindo e maravilhoso, com aquela soberba, né? Aí a proposta dos vereadores era de debate, e ele tornou a tribuna um palanque, falou e não deixou ninguém falar. Isso me deixou muito nervoso, porque ele tem o dom da palavra, me motivou a chamar ele para um debate porque tenho alguns documentos e gostaria de confrontá-lo.

IL - Que documentos são esses?
EC - Não posso adiantar quais são os documentos porque estamos no meio de um processo judicial, mas se estou falando é porque eu tenho. Se falo é porque estou embasado em documentos.

IL - Como você conseguiu esses documentos?
EC - Durante a campanha eu tinha acesso a tudo, eu fazia parte do grupo que encabeçava a campanha, eu tinha acesso a documentos. Depois da campanha, as coisas mudaram repentinamente, a compra de barcos, e isso começou a me deixar...apesar de ter construído um barco para ele. Eu construí como empresário, porque era meu serviço, mas por náusea não consegui chegar no fim, eu entreguei antes, sem terminar. Porque a soberba era tanta, o desperdício de dinheiro, sabe?

IL - Você trabalhava em uma marina e vendeu um barco para o prefeito?
EC- Em fevereiro, eu vendi um barco para ele, um barco antigo, de colecionador, e o que ele determinou era que o barco ficasse zero quilômetro. Então eu fiz. Esse barco tem tudo que uma lancha mais luxuosa tem.

IL - Como ele ia te pagando pelo serviço?
EC - Eu tenho alguns documentos de compra, algumas coisas foram compradas fora do Brasil, sem nota. Eu prefiro não adiantar.

IL - Além da compra do barco, tem mais alguma coisa?
EC - O Caso Aquarela é uma coisa que deixou todo mundo indignado. O próprio caso da Autoviass. (Nesse momento, o advogado Paulo Delgado intervém e pede para que Estevão fique calmo).

IL - O contrato do projeto Aquarela já havia sido discutido antes da campanha?
EC - Não. Isso foi o Juan (Garcia) que eu não conhecia. O Juan que eu conhecia era um cara honesto, que ia fazer as escolas em período integral, eu acredita naquilo. No depois...eu não conheço essa pessoa, esse não é o amigo que eu tinha, não é a pessoa que eu conhecia. Então, faz valer aquele velho ditado: quer conhecer um homem, dê o poder a ele. Foi o que aconteceu.

IL - Qual vai ser o seu papel na próxima eleição?
EC - Eu estou muito assustado. Se um cara que era meu amigo e chegou no estado que chegou, eu não sei o que fazer. Mas eu acho que todo mundo tem que ter uma postura política e a minha será contra ele, pelo que vem fazendo.

IL - Como está a sua vida e da sua família na cidade?
EC - Estou levando mais humildemente é lógico, eu acabei vendendo a empresa durante a campanha e fiquei sem um ponto fixo para trabalhar. Mas continuo trabalhando com lanchas, com venda de barcos, manutenção, os meus filhos também trabalham. Uma vida mais humilde, mas honesta.

IL - Você acha que sua imagem ficou abalada por causa do caso das fitas da Autoviass?
EC - Aquilo me afetou muito, eu não desejo isso para ninguém. Mesmo a gente sabendo que era bem intencionado, que era uma luta por um objetivo, um ideal, eu não me senti bem fazendo o que fiz. Mas como estava num jogo tinha que jogar. Se fosse hoje, eu não faria de jeito nenhum.

IL - Na melhor das hipóteses, o que você gostaria que acontecesse hoje na cidade?
EC - Renúncia já, com certeza. Porque ele não vai fazer nada. Não vejo luz. Eu creio que tem que mudar, criar novas lideranças, porque São Sebastião tem um potencial muito grande, em vários aspectos, e nada é explorado. Tudo está se revertendo, tá andando para trás. Tem muita gente que eu escuto falar que quer ir embora da cidade. Quando cheguei era um privilégio morar aqui. Se estivesse chegando hoje, não conseguiria ficar.

IL - Você já pensou em ir embora da cidade?
EC - Eu já pensei em ir embora, mas tenho um amor pela cidade. Eu criei meus filhos aqui, a minha família está aqui. Existe um círculo de amigos e é difícil tomar a atitude de ir embora. Se eu tiver alguma proposta que seja fora de São Sebastião eu vou ter que aceitar, porque a gente tem que progredir. Se eu tivesse vendo uma lanterninha que seja, eu não diria isso.

IL - Você não tem medo por causa dessas denúncias?
EC - Eu tenho medo por causa da minha família, minha maior preocupação, mas eu tenho o dever de estar fazendo isso. Está me fazendo mal pela preocupação que está me causando, mas está fazendo muito bem pelo desabafo.

IL - Você acha que essas denúncias estão atingindo o prefeito?
EC - Eu não estou tentando atingir, estou falando a verdade. Eu posso até ser processado, mas estou falando a verdade.