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31 de dez. de 2026

ONDE PÁRA?

Acordo de Fernando Moura com a firma Segecamp
Escrito por CP
30-Out-2007
A firma Segecamp, a que é associado o empresário Emídio Mendes, e o antigo director do “Novo Jornal”, Fernando Moura, prescindiram anteontem da realização de um julgamento no Tribunal do Trabalho de Coimbra inerente a uma acção em que o demandante reclamava o pagamento de cerca de 37.000 euros.
Arrolado como testemunha por Fernando Moura, Emídio Mendes esteve ausente do Tribunal, tendo cabido a Wilson Dias representar a empresa demandada.
O demandante limitou-se a informar os jornalistas que foi alcançado um acordo, mediante o qual deverá ser indemnizado pela Segecamp, Serviços de Comunicação, Marketing e Publicidade.
Apesar das diligências nesse sentido, foi impossível o “Campeão” falar com Wilson Dias.
O antigo director do “Novo Jornal” demandou judicialmente a empresa que se propõe lançar outro semanário em Coimbra (vide edição do “Campeão” de 16 de Agosto de 2007).
Embora o dia 18 de Janeiro deste ano tivesse sido escolhido para data de lançamento do novo projecto da Segecamp, esta sociedade invocou “necessidade de mudança de estratégia editorial”.
O demandante foi contratado por um ano para dirigir o jornal “Imprensa Livre”, mas acabou por ser despedido ao fim de um mês, alegando a firma ter cancelado o vínculo dentro do período experimental acordado.
Segundo Fernando Moura, era desejo do empresário Emídio Mendes haver um jornal a veicular outra versão sobre o embargo da urbanização Jardins do Mondego, em construção em Coimbra (vide a nossa edição de 07 de Abril de 2005).

Um comentário:

Anônimo disse...

Dois dias depois de se tornarem públicas as denúncias de corrupção na Prefeitura de São Sebastião, no Litoral Norte, o prefeito Juan Garcia (PPS) concedeu entrevista coletiva e atribuiu as acusações a um ‘‘complô’’ político.
O prefeito é acusado de ter alterado itens do Plano Diretor e da Lei de Uso e Ocupação do Solo para beneficiar o Riviera Group — um grupo empresarial de Portugal que tem como proprietário Emídio Mendes.
O Riviera Group teria comprado pelo menos 46 terrenos em São Sebastião, por meio de um procurador que seria o comerciante Andelmo Zarzur Jr., ligado ao prefeito. Há supeitas de que as legislações beneficiariam diretamente a empresa portuguesa e permitiriam a construção de prédios em alguns pontos da Cidade. Os textos ainda não foram votados pela Câmara, que promete investigar o caso.
Atualmente, em São Sebastião, assim como em Ilhabela, também no Litoral Norte, e em Cananéia, no Litoral Sul, é proibida a construção de edifícios.
Ontem, o prefeito admitiu que em algumas áreas — como o entorno do porto e o bairro Jaraguá — será permitida a verticalização. ‘‘São duas pequenas áreas que estamos reservando para a estrutura de suporte ao porto’’, alegou Juan Garcia, por telefone, a A Tribuna.
‘‘No mais’’, acrescentou o prefeito, ‘‘uma área na Costa Norte, que pode ter maior adensamento, e que no município vizinho (Caraguatatuba) já tem liberação de altura de 40 metros, nós estamos permitindo 20 (metros). Tudo dentro de uma perspectiva de que não pode haver adensamento exagerado’’.
Plano ‘restritivo’
Juan Garcia negou que as leis encaminhadas à Câmara tenham sido alteradas, ou seja, que itens debatidos, aprovados pela comunidade em 17 audiências públicas e incluídos no texto original, tenham sido suprimidos.
‘‘Houve uma distorção (nas denúncias)’’, declarou. ‘‘Não interferi em momento algum. Nosso plano é mais restritivo e evoluído que o anterior. Não há possibilidade de se construir prédios na orla de São Sebastião’’.
Segundo o prefeito, as acusações são fruto de uma ‘‘conspiração organizada’’ formada por adversários políticos. ‘‘Não tenho qualquer relação comercial com o Emídio’’, afirmou. ‘‘Ele não foi o único a comprar terras em São Sebastião. Muitos compraram terras em função da base de gás, do porto. É um empresário que está sendo injustiçado’’.
Juan Garcia disse que conheceu Emídio Mendes durante uma viagem turística e de negócios a Portugal, em novembro de 2004, um mês antes de assumir a Prefeitura de São Sebastião. Na ocasião, conheceu o Porto de Sines, controlado pelo Riviera Group. Andelmo Zarzur Jr. estava junto, mas teria ido por conta própria.
‘‘Sei que depois o Emídio começou a trabalhar na região de São Sebastião, Caraguá, Ubatuba, Ilhabela e tantas outras regiões do Estado. E também fora do Estado. Estão querendo prejudicar o que eu considero normal dentro do quadro empresarial,’’ opinou o chefe do Executivo.
Provar relação
As declarações do prefeito não convenceram o presidente da Câmara de São Sebastião, Wagner Teixeira (PHS). Ele comanda uma investigação que pode culminar na abertura de uma Comissão Especial de Inquérito. Segundo o vereador, tudo começou com boatos de que um grande grupo português estaria comprando terras em São Sebastião.
‘‘Compraram, pagaram e tudo bem. Mas, hoje, se propõe alterações na Lei de Uso e Ocupação do Solo e no Plano Diretor. E as pessoas começam a ligar uma coisa com a outra’’, disse ontem Teixeira, por telefone.
‘‘Eu não estou afirmando’’, continuou, ‘‘mas é certo que esse grupo (Riviera Group) comprou muitas áreas aqui. Se tem alguma ligação com o Plano Diretor, nós estaremos averiguando. A gente está pedindo informações nos cartórios, comparando se as áreas que foram compradas estão contempladas (no plano)’’.
Teixeira declarou ainda que há pessoas dispostas a testemunhar que venderam terras ao grupo português. ‘‘É difícil provar a relação. Mas, se ficar comprovada, nós vamos buscar os responsáveis’’.
Caixa dois
Ontem, o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), afirmou que conversará com o diretório estadual do partido em São Paulo para apurar o envolvimento do prefeito de São Sebastião nas denúncias, que se estendem também à montagem de um suposto caixa dois na campanha eleitoral de 2004 em troca de benefícios futuros a empresas.
‘‘Se ele estiver envolvido em irregularidades, não há dúvidas de que vou tomar as medidas necessárias para a sua punição’’, disse Freire.
A suspeita de caixa dois está baseada em um DVD gravado pelo empresário Luiz Carlos Soares, dono da empresa de ônibus de São Sebastião, Autoviass. As imagens mostram Juan Garcia, então candidato, pedindo contribuições para a campanha de 2004 em troca de favores futuros.
O prefeito de São Sebastião propôs um tripé de setores para montar o suposto caixa dois: empresas de lixo, de transporte urbano e de merenda escolar. A suposta rede de corrupção envolvendo Juan Garcia foi denunciada pelo empresário Estevão Flávio Ciappina, um dos assessores mais próximos de Garcia na campanha de 2004.